Marcio Maia

Co-fundador & Pesquisador - We Care.Fitness

Dispositivos Vestíveis: entenda como essa tecnologia pode ajudar no engajamento dos alunos

Veja como utilizar os dispositivos vestíveis para fornecer um treino mais personalizado e aumentar o engajamento dos alunos.

Com a evolução dos dispositivos computacionais, eles estão cada vez mais permeados no nosso dia-a-dia. Desde smartphones cada vez mais robustos, passando por eletroeletrônicos, como televisores ou geladeiras inteligentes, até objetos mais simples, como luzes e travas eletrônicas que podem ser controlados a distância. Nesse contexto, as vestimentas e itens de uso pessoal também estão passando por uma revolução parecida.

Os dispositivos vestíveis são a união dos computadores e das vestimentas. Com eles, os grandes fabricantes de roupas esportivas, por exemplo, já investem em soluções para embarcar dispositivos computacionais nas vestimentas. Hoje, encontramos calçados inteligentes, capazes de fornecer informações sobre distância percorrida ou quantidade de passos dados. Ou roupas inteligentes que monitoram o atleta durante a prática do exercício e fornecem informações sobre batimento cardíaco, monitoram e ajudam a controlar a temperatura corporal, monitoram enzimas e coenzimas, e ainda fornecem informações sobre a sua respiração.

Essa tecnologia, antes acessível apenas para atletas de alto rendimento, atualmente está disponível para atletas comuns. Por exemplo, os relógios inteligentes, sempre conectados com os smartphones dos usuários, fornecem uma grande quantidade de dados como quantidade de passos, calorias, distância percorrida, batimento cardíaco e pressão arterial, ou ainda tempo e qualidade do sono.

Assim, preparadores físicos possuem a sua disposição uma quantidade grande de dados sobre a rotina dos usuários, dentro e fora da academia. Entender como utilizar esses dados para fornecer um treino mais adaptado pode fazer a diferença nos resultados obtidos. Venha conosco entender todo o potencial da computação vestível.

A evolução dos dispositivos vestíveis

Os relógios digitais lançados na década de 80 foram os precursores desse movimento conhecido atualmente como computação vestível. Esse movimento ganhou força em 2007 com a fundação de uma empresa chamada Fitbit, que lançou a primeira pulseira capaz de monitorar as atividades realizadas por seu usuário utilizando um sensor de aceleração. Assim, ela era capaz de monitorar dados como batimento cardíaco, quantidade de passos e qualidade do sono. Um conceito interessante que ela trouxe foi a capacidade de se conectar ao smartphone do usuário utilizando Bluetooth.

Já em 2013, o gigante de tecnologia Google traz grande atenção para esse conceito de dispositivo vestível ao anunciar o lançamento de um óculos inteligente, dotado de uma câmera, um pequeno display, um processador e capaz de se comunicar de forma sem fio com um smartphone. Eles chamaram esse projeto de Google Glass, que serviria como um assistente pessoal, respondia a comandos de voz, e seria utilizado nos mais diversos domínios, como na medicina através de um assistente em cirurgias, ou um navegador pessoal para pedestres.

Atualmente, as pulseiras e relógios inteligentes evoluíram em vários aspectos. Estão mais baratos, com mais sensores disponíveis, por exemplo, com uso de GPS e tecnologia de comunicação através das redes de dados de celulares, e capazes de serem utilizados em esportes aquáticos.

Assim, uma grande quantidade de dados pode ser coletado e processado. A seguir, um gráfico com um resumo desses dados.

Dispositivos vestíveis na prática do exercício físico

Aplicativos de acompanhamento de treino, associadas ao uso dos dispositivos vestíveis, aparecem com potencial importante de engajamento dos usuários. O principal conceito introduzido pelo uso de um aplicativo de treino associado aos dispositivos vestíveis é a percepção de evolução que um usuário comum consegue adquirir. Assim, um professor é capaz de prescrever um treino e seus objetivos, e o usuário é capaz de acompanhar antes, durante e depois de cada treino o seu desempenho.

Isso acontece pela capacidade dos dispositivos vestíveis de fornecer feedback e tempo-real sobre uma série de métricas associadas ao treino, como calorias queimadas, frequência cardíaca média ou distância percorrida. Adicionalmente, aplicativos de treino conseguem processar esses dados e fornecer uma visão geral sobre a qualidade do treino. O resultado dessa mudança de atitude é uma percepção por parte do usuário de estar evoluindo, mudando hábitos em direção de uma vida mais saudável.

Para que esses dispositivos vestíveis tenham uma influência positiva a longo prazo no engajamento, ele precisa fazer parte de um ciclo de planejamento, execução e monitoramento e evolução do treino. Os professores precisam planejar cada seção de treino de acordo com os objetivos individuais de cada aluno, acompanhar a execução e monitorar os resultados de forma individualizada, e discutir e planejar com os alunos a evolução do treino.

Conclusão

O uso dos dispositivos vestíveis aparece como importante ferramenta de engajamento para praticantes de exercícios físicos. Dispositivos computacionais embarcados na vestimenta dos usuários permitem que os dados sejam coletados em tempo-real, enviados para smartphones para serem processados por aplicativos de acompanhamento de treino, analisados pelos professores e os resultados apresentados de volta para os usuários.

Esse ciclo de coleta, processamento e apresentação da informação é responsável por uma percepção de evolução por parte do usuário, promovendo uma mudança de atitude mais duradoura.

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